Negócios Recém Nascidos Podem Virar Franquia?
O perigo de franquear negóios imaturos
Introdução: o boom das franquias e o risco oculto
O mercado de franquias no Brasil continua atraente. Com promessas de escala, reconhecimento de marca e geração de royalties, franquear um negócio parece o passo lógico para quem deseja crescer. No entanto, um número crescente de franqueadores entra e sai do mercado todos os anos — muitos deles sem experiência real no próprio negócio.
E o pior: esse movimento é frequentemente incentivado por empresas de consultoria que priorizam a venda de pacotes de formatação de franquia, mesmo quando o modelo ainda não está pronto para ser replicado.
Franquia não é uma ideia: é a multiplicação de um modelo testado
Uma franquia de sucesso não nasce de um plano bonito no papel, mas sim da validação prática do modelo de negócio. O franqueado compra a promessa de um negócio que já foi testado, refinado e que pode ser operado com previsibilidade e suporte.
No entanto, no Brasil, a legislação não exige tempo mínimo de operação nem experiência prévia para formatar e vender franquias. Basta entregar a Circular de Oferta de Franquia (COF) com os documentos exigidos por lei — e o negócio pode ser ofertado no mercado.
Exemplo real: quando a formatação é feita sem base sólida
Um caso real ilustra bem esse risco. Uma pequena empresa de alimentação, que atuava com um produto comum de mercado, operava com seis pessoas: quatro familiares trabalhando informalmente e dois funcionários contratados.
O negócio dava lucro, mas esse lucro era sustentado por:
Trabalho familiar com dedicação extraordinária;
Custo de pessoal muito abaixo do mercado;
Simplicidade extrema da operação.
Mesmo assim, o empreendedor foi convencido por uma consultoria a investir na formatação para franquia. O modelo desenhado no papel previa uma unidade franqueada operando com cinco funcionários CLT, em uma estrutura formal.
Só que, nesse novo cenário, o negócio se tornava apenas mais um entre muitos concorrentes do setor de alimentação rápida, perdendo o diferencial da informalidade e da dedicação familiar. Além disso, o produto em si não tinha inovação nem apelo exclusivo.
O resultado?
Nenhuma unidade foi vendida;
O empreendedor investiu em feiras, marketing e estrutura;
Acumulou dívidas e precisou vender bens para cobrir o prejuízo;
E quase levou o negócio original à falência.
Por que isso acontece com frequência?
1. Consultorias que vendem formatação como produto, não como solução
Algumas consultorias oferecem a formatação de franquia como um pacote comercial, independentemente da real viabilidade do negócio. O foco é vender o serviço, e não avaliar se o modelo pode ser replicado com sucesso.
2. Empreendedores seduzidos pela ideia de escalar
A promessa de ter “uma rede de franquias pelo Brasil” atrai muitos empreendedores que, muitas vezes, não testaram seu modelo fora do próprio esforço pessoal ou familiar.
3. Ausência de filtros técnicos no mercado
No Brasil, não existe uma barreira regulatória que impeça um negócio imaturo de se tornar franquia. Se o empreendedor tem capital para investir na formatação, nada impede legalmente que ele venda franquias mesmo sem ter operado múltiplas unidades-piloto.
Mas e se o negócio for inovador? Não posso franquear mais cedo?
Existem raros casos em que modelos disruptivos — como negócios digitais, soluções automatizadas ou plataformas escaláveis — conseguem testar e escalar rapidamente. Ainda assim, mesmo esses modelos precisam de:
Time experiente em operação e expansão;
Validação prática mínima;
Capacidade técnica e financeira para dar suporte ao franqueado.
Ou seja: inovação não justifica ausência de preparo.
Conclusão: franquear exige mais do que vontade — exige maturidade
Antes de pensar em formatação de franquia, o empreendedor precisa responder com honestidade:
> “Meu negócio funciona sem mim?”
Se a resposta for não, o modelo ainda precisa amadurecer. E qualquer consultor que ignore essa realidade e incentive a formatação apenas por interesse comercial contribui para a fragilidade do sistema de franchising como um todo.
Franquia não é um atalho para crescer: é uma responsabilidade com a rede, com a marca e com o futuro de quem investe no sonho de empreender com segurança.
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