Índice Pastel de Feira - Como o preço de pastel de feira espelha o momento econômico.
Índice de micro economia. Quem nunca ouviu falar no Índice Big Mac para medir economia pelo mundo?
Quando o Pastel da Feira Fica Mais Barato Mesmo com a Alta dos Custos: Uma Análise Econômica Cotidiana
Quem frequenta feiras livres em bairros de São Paulo já deve ter percebido: de alguns anos para cá, muita coisa mudou.
As barracas diminuíram, o público parece menor, e até o preço de alguns produtos chamou a atenção. Mas um caso curioso aconteceu recentemente em uma feira de bairro da periferia paulistana, e serve como exemplo perfeito para entender dinâmicas econômicas que acontecem sem que a maioria das pessoas perceba.
Neste blog, vamos analisar um exemplo real envolvendo a venda de pastéis em feira livre, entender por que mesmo com o aumento do custo de vida o preço do pastel caiu — e o que isso nos ensina sobre comportamento do consumidor, competição e economia local.
A Situação Real: Feira Menor, Pastel Mais Barato
Até poucos anos atrás, em 2022, a feira livre desse bairro de classe média na periferia era bem movimentada.
Duas barracas vendiam pastéis, cobrando entre R$ 8,00 e R$ 8,50 por unidade. Ambas viviam cheias, com filas de consumidores animados.
Hoje, em 2025, a realidade é outra:
Menos barracas, menos fluxo de pessoas.
Pastéis custando R$ 5,00 em uma barraca e R$ 6,00 em outra.
A barraca de R$ 5,00 está lotada, enquanto a de R$ 6,00 permanece praticamente vazia — mesmo oferecendo promoção de 4 pastéis por R$ 20,00 (o que também daria R$ 5,00 por pastel).
A pergunta que surge naturalmente é: como pode o pastel ficar mais barato se os custos de produção, ingredientes e mão de obra subiram nesses três anos?
Vamos entender.
Inflação e Aumento de Custos: Um Ponto de Partida
Entre 2022 e 2025, o Brasil viveu um ciclo de inflação acumulada significativa.
Produtos básicos para a produção de pastel — como óleo, queijo, carne e farinha — ficaram consideravelmente mais caros.
Além disso, o custo da mão de obra também aumentou, pressionando ainda mais os feirantes.
Em teoria, o preço do pastel deveria ter subido.
Mas o que ocorreu foi o contrário: o preço caiu em termos nominais.
Queda do Poder Aquisitivo e Comportamento do Consumidor
A resposta está no bolso do consumidor.
O poder de compra da população periférica não acompanhou a inflação.
As famílias ficaram mais cautelosas com gastos fora das necessidades básicas, como alimentação fora de casa.
Em contextos assim, o consumidor:
Torna-se extremamente sensível ao preço.
Passa a priorizar opções mais baratas, mesmo em pequenas diferenças.
Avalia o custo imediato e visual — muitas vezes não prestando atenção em promoções de quantidade.
O Impacto do Preço de Referência
Na prática:
Um pastel anunciado a R$ 5,00 passa a ser a âncora de preço para o consumidor.
Um pastel anunciado a R$ 6,00 parece 20% mais caro — mesmo que exista promoção igualando o valor.
A percepção de preço é instintiva e rápida: o cliente vê o número e decide, sem fazer cálculos detalhados.
Esse fenômeno é conhecido na economia comportamental como “efeito preço de referência”.
O Efeito Manada: Lotação Gera Confiança
Outro fator poderoso é o “efeito manada”:
Uma barraca cheia gera sensação de confiança: “se está cheio, é bom e vale a pena”.
Uma barraca vazia, ao contrário, gera desconfiança: “será que o pastel é pior?”.
Esse comportamento reforça a vantagem inicial da barraca mais barata, aumentando ainda mais seu volume de vendas.
Elasticidade de Preço e Concorrência Agressiva
Esse mercado de feira livre se tornou um caso clássico de alta elasticidade da demanda:
Uma pequena diferença de preço (R$ 1,00) gerou uma enorme diferença no volume de clientes.
A concorrência, em vez de disputar por qualidade ou variedade, passou a ser basicamente uma guerra de preço.
No ambiente de feira reduzida, com menos público, quem ajustou mais rapidamente o preço para o nível aceitável para o bolso do cliente (R$ 5,00) capturou a maior parte da demanda.
Conclusão: Quando Sobreviver Significa Se Adaptar Rapidamente
Essa história aparentemente simples, do pastel mais barato na feira, ilustra lições profundas sobre economia de varejo, comportamento do consumidor e microeconomia real:
Em momentos de perda de renda, o preço se torna o fator decisivo de escolha.
A percepção imediata do consumidor define o sucesso ou fracasso de um negócio, muitas vezes acima da lógica racional de custo-benefício.
Pequenos ajustes de preço podem determinar quem prospera e quem fecha as portas em mercados locais.
Sobrevivência econômica exige adaptação rápida e percepção precisa do ambiente de consumo.
Em tempos de incerteza, entender o que move o comportamento do consumidor — ainda mais no varejo popular — é uma vantagem estratégica para qualquer empreendedor.
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