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Escala 6×1 e seus impactos para franquias

Escala 6x1 e seus impactos para franquias

Escala 6x1 e seus impactos para franquias

Incômodo para o empresário que reconhece as necessidades dos seus funcionários terem mais tempo livre. Desafio para empregados que tem medo de ganhar ainda menos por conta da menor escala de trabalho.

Nos últimos anos, o formato de escala 6×1 – seis dias de trabalho seguidos por um de folga – tem sido uma das alternativas mais adotadas por empresas no Brasil, especialmente no setor de varejo. Esse modelo oferece vantagens tanto para empregadores quanto para empregados, proporcionando flexibilidade operacional e atendendo à demanda crescente do mercado. Contudo, uma recente discussão sobre a possível proibição dessa escala tem gerado inquietação entre os empresários e trabalhadores do setor. Caso a proibição seja realmente implementada, os impactos sobre o comércio varejista de shoppings e o varejo de rua podem ser significativos.

Como funciona a escala 6×1?

A escala 6×1 é baseada no trabalho de seis dias consecutivos com um dia de descanso semanal. Este modelo é amplamente utilizado em setores como o comércio e serviços, onde a necessidade de manter os estabelecimentos abertos sete dias por semana é comum. Os shoppings, por exemplo, funcionam todos os dias da semana, incluindo fins de semana e feriados, o que exige uma alta demanda de funcionários para manter as operações.

O Impacto nos Shoppings: Redução de Flexibilidade e Aumento de Custos Operacionais

Nos shoppings, a proibição da escala 6×1 pode causar um impacto imediato na flexibilidade operacional. Com a necessidade de readequar as jornadas de trabalho dos funcionários, as empresas teriam que adotar escalas mais rígidas, como 5×2 (cinco dias de trabalho seguidos por dois de folga) ou até mesmo a jornada tradicional de 44 horas semanais, dividida de forma diferente. Esse tipo de alteração pode gerar alguns problemas:

1. Aumento nos Custos Operacionais: 

Para que as lojas continuem funcionando nos horários habituais de pico, os shoppings precisariam contratar mais funcionários, o que poderia resultar em um aumento significativo na folha de pagamento. Em um cenário onde a competitividade já é acirrada e as margens de lucro são apertadas, esse aumento nos custos pode comprometer a sustentabilidade financeira de muitas operações, especialmente de pequenas e médias empresas.

2. Menor Flexibilidade para Funcionários: 

A escala 6×1 oferece uma vantagem importante para muitos trabalhadores: a possibilidade de ter folgas alternadas, que, para alguns, podem ser mais vantajosas do que as folgas fixas em uma escala tradicional 5×2. Se a mudança for implementada, muitos trabalhadores perderiam essa flexibilidade, o que pode afetar sua satisfação e bem-estar.

3. Prejuízo ao Atendimento ao Cliente: 

Os shoppings geralmente têm horários mais longos de funcionamento, incluindo os finais de semana. Se a jornada de trabalho for reduzida ou redistribuída, é possível que os horários de pico, como sábados e domingos, sofram com a escassez de funcionários. Isso pode impactar negativamente a experiência do consumidor, gerando filas mais longas, atendimento mais lento e, em última instância, redução nas vendas.

Desafios para o Varejo de Rua: Aumento de Competitividade e Diferença de Escalas

No varejo de rua, a proibição da escala 6×1 traria desafios similares, mas com algumas nuances específicas. Muitas lojas de rua, especialmente as de pequeno porte, já enfrentam dificuldades para manter uma operação eficiente, equilibrando custos e recursos humanos. Alterações nas escalas de trabalho podem afetar ainda mais esse equilíbrio:

1. Concorrência Desleal e Desafios de Acomodação: 

Enquanto algumas grandes redes poderiam se adaptar mais facilmente à mudança, pequenas lojas e comércios de bairro teriam maior dificuldade em manter a competitividade, pois as mudanças nas escalas implicariam, novamente, um aumento no número de funcionários necessários para cobrir as horas de pico. Isso poderia afetar sua capacidade de competir com grandes redes de varejo que têm mais flexibilidade financeira.

2. Impacto na Qualidade do Atendimento: 

No comércio de rua, onde o contato direto com o cliente é uma das maiores qualidades, a escassez de mão de obra nos horários mais críticos poderia prejudicar a experiência do consumidor. Muitas vezes, os vendedores são os responsáveis por todas as funções, desde o atendimento até o fechamento das vendas, o que torna fundamental ter uma equipe completa durante o horário de pico.

3. Adaptação e Resposta ao Mercado: 

O varejo de rua também lida com variações sazonais e eventos especiais (como promoções ou datas comemorativas). O modelo 6×1 permite uma adaptação mais rápida a essas demandas. Sem essa possibilidade, as empresas podem ter dificuldade em ajustar suas operações de forma eficiente.

Reflexões sobre o Modelo de Trabalho: A Liberdade de Escolher

Pessoalmente, eu não acredito que seja saudável trabalhar excessivamente, a não ser que isso seja da vontade e dentro da disponibilidade do trabalhador. O modelo 6×1, embora conveniente para a operação de muitos negócios, pode, em alguns casos, forçar uma carga de trabalho que não condiz com o bem-estar de todos os envolvidos. O trabalho, para ser produtivo e satisfatório, deve ser compatível com o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

Quando trabalhei em Londres, tive a oportunidade de vivenciar uma realidade diferente. Lá, as relações de trabalho são muito mais flexíveis, especialmente no que diz respeito ao pagamento por hora. Trabalhava por turnos e tinha liberdade para negociar o valor da hora de trabalho. Isso me proporcionava maior controle sobre minha carga horária, pois eu decidia quanto queria trabalhar, de acordo com minha disponibilidade e com os preços acordados. Além disso, o pagamento era realizado quinzenalmente, o que trazia maior previsibilidade financeira.

Esse tipo de liberdade é algo que acredito ser benéfico tanto para os empregadores quanto para os empregados. Se o Brasil pudesse adotar um modelo semelhante, onde as pessoas pudessem negociar sua carga horária e remuneração de forma mais transparente e personalizada, acredito que muitos problemas de insatisfação e desequilíbrio poderiam ser evitados. O simples fato de poder decidir os termos de seu trabalho, com preços por hora mais claros e possibilidades de negociações diretas, poderia tornar o ambiente de trabalho muito mais saudável e motivador.

Possíveis Soluções para Mitigar o Impacto

Caso a proibição da escala 6×1 se concretize, existem algumas alternativas que poderiam ser exploradas para minimizar os impactos negativos no setor de varejo:

1. Tecnologia e Automação: 

Investir em soluções tecnológicas para otimizar o atendimento e os processos operacionais pode ajudar a reduzir a dependência de mão de obra adicional. Em alguns casos, o uso de tecnologias como sistemas de ponto eletrônico, gestão de estoques automatizada e até mesmo o aumento da presença digital das lojas pode contribuir para melhorar a eficiência operacional.

2. Ajustes nas Políticas de Remuneração e Benefícios: 

Para compensar o aumento nos custos de mão de obra, muitas empresas poderiam buscar alternativas como revisão de bônus, comissões ou outras formas de incentivo ao desempenho, garantindo que os funcionários permaneçam motivados, mesmo com a mudança na jornada de trabalho.

3. Fortalecimento das Relações Trabalhistas: 

É possível também que sindicatos e empresários se unam para negociar uma flexibilidade nas regras de jornada de trabalho, criando opções que atendam tanto às necessidades dos trabalhadores quanto à viabilidade econômica das empresas.

Conclusão:

A proibição da escala 6×1 no comércio varejista brasileiro traria desafios consideráveis tanto para os shoppings quanto para o varejo de rua. A perda de flexibilidade, o aumento de custos operacionais e o impacto na qualidade do atendimento ao cliente são apenas alguns dos aspectos a serem considerados. Embora a mudança possa ser vista como um avanço para o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, suas consequências para o setor varejista devem ser cuidadosamente analisadas. Para garantir que as mudanças sejam sustentáveis para todos os envolvidos, é fundamental que haja um diálogo entre empregadores, empregados e os órgãos reguladores, buscando soluções que promovam o bem-estar sem prejudicar a competitividade do setor. Como exposto, acredito que a flexibilidade no trabalho e a liberdade para negociar condições mais equilibradas podem ser o caminho para uma relação mais saudável entre empregador e empregado.

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