A concorrência no delivery “ainda” aumenta o bolo, não divide
A sua franquia precisa implantar para ontem área de consultoria de delivery para apoio ao franqueado
O mercado de delivery no Brasil está em ebulição. Nos últimos meses, vimos anúncios de peso: o retorno do 99Food, a chegada da Keeta (Meituan, gigante chinesa do delivery) e até a parceria estratégica do iFood com a Uber.
Muitos acreditam que essa movimentação vai diminuir a força do iFood, que hoje lidera com folga o setor. Mas a minha visão é diferente: a concorrência não vai enfraquecer o iFood — pelo contrário, pode fortalecê-lo ainda mais.
O delivery no Brasil cresce ano após ano
Antes de falar de concorrência, é importante entender a base: o setor de delivery já cresce de forma robusta, mesmo sem novos players.
2023: movimentou R$ 139 bilhões, crescimento de mais de 20% sobre 2022.
2024: expansão contínua, entre 7,5% e 8% segundo a Abrasel.
2025 (projeção): deve ultrapassar US$ 21 bilhões, com taxa de crescimento anual próxima a 7% até 2029.
Longo prazo: projeções apontam para US$ 27,8 bilhões em 2029. Estudos internacionais como o da IMARC Group projetam que o mercado pode quadruplicar até 2033, com CAGR de 15%, enquanto relatórios como o da Mobility Foresights falam em crescimento de US$ 9,8 bilhões (2025) para US$ 25,7 bilhões (2031), com CAGR de 17,5%.
Concorrência aumenta o bolo, não divide
Quando novos players entram, o senso comum é pensar que o líder perde espaço. Mas o delivery não funciona assim.
Na prática, a concorrência traz vantagens que educam o consumidor a pedir mais:
Mais investimento em marketing.
Mais promoções e descontos.
Mais tecnologia e eficiência.
Mais alternativas de entrega (comida, mercado, farmácia, conveniência).
No fim, isso não significa menos iFood, mas mais pedidos em geral. E com a força de sua marca e capilaridade, o iFood tende a surfar essa onda de crescimento.
Quem realmente perde: restaurantes e mercados de consumo físico
A concorrência no delivery não é um ataque direto ao iFood. O verdadeiro competidor do delivery é o consumo físico.
Restaurantes: perdem parte do público que antes comia no salão e agora pede em casa ou no trabalho.
Mercadinhos e mercados de bairro: começam a perder clientes para soluções digitais mais rápidas e convenientes.
Indústrias de alimentos e distribuidores: podem capturar essa demanda, oferecendo comidas semiprontas e kits de preparo em escala, competindo diretamente com o varejo físico. Como tem produtividade em escala, com plataformas de pedidos mais baratas e logística facilitada, fica mais fácil vender e distrinuir em um raio maior.
Assim, o impacto maior não é no aplicativo, mas no comércio tradicional, que precisa se reinventar.
O peso das taxas e o potencial de queda
Hoje o delivery ainda pesa no bolso do restaurante. O iFood, por exemplo, cobra em média 27% de comissão por pedido.
Isso gera reclamações e coloca em dúvida a sustentabilidade para negócios menores.
Mas com mais concorrência, essa realidade pode mudar. Se as taxas caírem, imagine o impacto:
O iFood cobrando 5% ao invés de 27%.
Restaurantes passando a ver o delivery como canal saudável, não como obrigação.
Mais estabelecimentos entrando no digital.
Mais variedade e preços melhores para o consumidor.
Se o setor já cresce com taxas altas, o potencial é gigantesco quando as operações ficarem mais baratas e acessíveis.
O papel das novas tecnologias
Outro fator que vai acelerar esse processo é a tecnologia de entrega, que já é realidade no exterior e deve chegar ao Brasil em breve, mesmo que em pilotos localizados.
Drones: Amazon e Wing já operam entregas em minutos em cidades dos EUA e Austrália.
Robôs autônomos de calçada: startups como Starship Technologies já entregam refeições em bairros inteiros.
Armazéns e cozinhas automatizadas (dark kitchens e dark stores): reduzem tempo de preparo e custos, garantindo escala.
No Brasil, a infraestrutura e a legislação podem atrasar, mas é questão de tempo até vermos drones entregando pedidos em bairros planejados, condomínios fechados ou centros urbanos estratégicos.
Essas tecnologias reduzem custos, aumentam a escalabilidade e trazem uma experiência diferenciada para o cliente.
O impacto no mercado de franquias
No universo de franquias de alimentação, essa revolução no delivery traz uma consequência direta: o franqueado precisará ser cada vez mais orientado para o digital.
Não basta abrir uma loja física ou depender apenas do ponto comercial.
As redes precisarão:
Treinar seus franqueados para operar bem no iFood e em outros apps.
Criar dentro da franqueadora uma espécie de “consultoria de delivery”, com especialistas que orientem o franqueado em estratégias de promoção, posicionamento no app e operação digital.
Estruturar times como se fossem consultores de campo digitais, capazes de ajudar cada unidade a capturar uma fatia significativa do mercado que cresce ano após ano.
Franquias que enxergarem isso antes terão vantagem competitiva. As que demorarem podem perder relevância, pois o consumidor não está preocupado com o ponto físico — está preocupado com quem entrega mais rápido, mais barato e com melhor experiência.
Conclusão: não é o delivery que concorre com delivery
O que tudo isso mostra é simples: a entrada de players como a Keeta, o retorno da 99Food e os movimentos da Uber não significam a queda do iFood.
Pelo contrário: eles tornam o setor maior, mais atrativo, mais eficiente.
O iFood, com investimentos de R$ 17 bilhões só em 2025–2026, está bem posicionado para aproveitar essa maré.
Conclusão: neste momento da evolução, em um mercado com alto potencial de crescimento, não é o delivery que concorre com delivery
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