A verdade incômoda: o que ninguém quer fazer é o que mais importa no empreendedorismo
Deveríamos focar no que mais gostamos ou no que menos gostamos? Onde mora o maior resultado?
Ao iniciar um negócio, muitos empreendedores se encantam com a ideia de liberdade, inovação e propósito. Mas, na prática, ser dono do próprio negócio também significa lidar com tarefas rotineiras e, muitas vezes, entediantes: planilhas financeiras, contratos, processos, atendimento ao cliente, logística e até o controle de estoque. E aí surge uma armadilha silenciosa, porém poderosa: a tendência de evitar essas tarefas “chatas” e se dedicar apenas às atividades “legais” — como criar postagens nas redes sociais, desenvolver o produto ou pensar em novas ideias.
Essa escolha inconsciente pode comprometer o crescimento e até levar ao fracasso do negócio. Mas por que isso acontece? A ciência tem algumas respostas — e lições valiosas para quem quer empreender com mais consciência e resultado.
1. O prazer imediato vence o dever futuro
O conceito de Inconsistência Temporal, estudado pelo economista Richard Thaler, mostra que as pessoas tomam decisões diferentes dependendo do momento. Quando pensamos no futuro, somos racionais e planejamos bem; mas quando chega a hora de agir, buscamos recompensas imediatas. Ou seja, sabemos que organizar o financeiro é importante, mas na prática, preferimos redesenhar o logo da empresa ou comprar mais produtos para o estoque.
Essa tendência é ainda mais perigosa no empreendedorismo, onde o curto prazo seduz, mas o longo prazo sustenta.
2. Nosso cérebro quer dopamina, não disciplina
Atividades criativas e sociais ativam regiões cerebrais que liberam dopamina — o neurotransmissor do prazer. Já as tarefas operacionais exigem esforço mental e, muitas vezes, não oferecem nenhuma recompensa imediata. De acordo com o neurocientista David Rock, isso faz com que nosso cérebro naturalmente busque aquilo que nos dá satisfação rápida — mesmo que seja improdutivo.
É como se existisse uma força invisível puxando o empreendedor para o lado errado da prioridade.
3. O empreendedor técnico: talento que não basta
Michael Gerber, no clássico O Mito do Empreendedor, afirma que muitos empreendedores não são empresários, mas sim técnicos apaixonados por seu ofício — seja ele fazer bolos, consertar computadores ou vender café. E aí mora o perigo: esquecem que o negócio precisa de gestão, planejamento e processos, não só de paixão e talento.
Gerber define que todo empreendedor precisa equilibrar três papéis:
Técnico: aquele que faz.
Gerente: aquele que organiza.
Empreendedor: aquele que sonha e projeta o futuro.
Sem essa tríade, o negócio fica frágil — e muitas vezes trava no primeiro problema sério.
4. O efeito Dunning-Kruger e a ilusão de saber o suficiente
Um estudo psicológico famoso, realizado pelos pesquisadores David Dunning e Justin Kruger, mostra que pessoas com menos conhecimento tendem a superestimar suas próprias habilidades. Isso acontece com muitos empreendedores, que acreditam que podem lidar com contratos, tributos e gestão de pessoas “depois”, ou de forma improvisada. Mas essa negligência pode gerar dívidas, problemas legais e até crises irreversíveis.
5. A síndrome do objeto brilhante: foco perdido
Você já se pegou mudando o nome da empresa ou trocando de ideia sobre o modelo de negócio só porque viu algo novo e empolgante? Esse comportamento é conhecido como síndrome do objeto brilhante. Empreendedores que sofrem com isso estão sempre atrás da próxima novidade, mas deixam de construir as bases sólidas do negócio.
Como combater essa tendência?
Empreender exige, sim, paixão e ousadia — mas também rotina, processos e tarefas que não brilham. Aqui estão algumas práticas para vencer o impulso de evitar o “chato”:
1. Blinde seu tempo: reserve horários fixos da semana para cuidar de finanças, contratos, relatórios e análise de dados.
2. Delegue com consciência: contrate ou terceirize o que for possível, mas saiba acompanhar e cobrar resultados.
3. Crie sistemas: quanto mais padronizado for seu negócio, menos esforço você gastará com retrabalho.
4. Aprenda o mínimo necessário: mesmo que você delegue, entenda o básico de cada área para não ser enganado.
5. Lembre-se do longo prazo: toda tarefa “chata” de hoje evita um problema caro amanhã.
Conclusão
A escolha entre fazer o que é prazeroso e fazer o que é necessário não é apenas uma questão de disciplina, mas sim de entender como nosso cérebro funciona, como o comportamento humano influencia o dia a dia e, principalmente, como evitar as armadilhas que afundam bons negócios.
Ser empreendedor não é só criar — é também sustentar. E isso exige coragem para enfrentar o que a maioria evita.
Qual é o seu desejo em relação ao mercado de franquias?
Se você está considerando abrir uma franquia, a Ferrer Franchising possui ferramentas para te ajudar na análise de perfil, escolha da franquia ideal e na escolha dos melhores pontos comerciais. Faça seu cadastro que um consultor especializado entrará em contato.
Se você está considerando transformar seu negócio em uma franquia, recomendo a leitura do meu livro “Próximo Passo Franquia”, onde abordo detalhadamente todos os aspectos envolvidos no processo de formatação e expansão por meio do franchising. O livro oferece dicas práticas e estratégias valiosas para você realizar essa transição com sucesso. Compre pelo https://loja.uiclap.com/titulo/ua41524.
Cursos de Formação para Consultores de Franquias
Se você se interessa por essa área e deseja se tornar um consultor de franquias, o Portal Consultor Franquias oferece cursos especializados que podem ajudá-lo a adquirir todas as habilidades e conhecimentos necessários para atuar nesse mercado. Os cursos cobrem desde a criação de manuais e processos até estratégias de expansão e análise de desempenho, formando consultores capacitados para garantir o sucesso de redes de franquias em diversos segmentos. Acesse https://consultorfranquia.com.br/educacao/#cursos e saiba mais.