Quem merece o OSCAR®?
A vida do franquedo abandonado pelo franqueador, aguardando por atenção e melhoria do negócio.
No filme Ainda Estou Aqui, o protagonista grita, mas ninguém o escuta. Ele busca respostas, mas encontra apenas silêncio. Ele tenta se encaixar em um sistema que promete acolhê-lo, mas que, na prática, o trata como mais um número. Sua jornada é solitária, cheia de desafios e marcada por tentativas frustradas de obter ajuda, até que ele percebe que, se quiser seguir em frente, precisará contar apenas consigo mesmo.
Essa narrativa, embora fictícia, reflete com precisão a realidade de muitos franqueados. Eles entram em uma rede cheios de esperança, acreditando no suporte prometido, mas, com o tempo, percebem que estão sozinhos. A franqueadora, que deveria ser seu principal apoio, se torna apenas um nome no contrato, distante e indiferente. Assim como no filme, o franqueado luta para ser ouvido, busca respostas que nunca chegam e se vê obrigado a encontrar suas próprias soluções para continuar existindo no mercado.
A Promessa que se desfaz
Imagine um franqueado no dia da assinatura do contrato. Ele é recebido com entusiasmo, promessas e um discurso encantador: “você nunca estará sozinho”. A franqueadora se apresenta como um porto seguro, oferecendo suporte, treinamento, marketing e uma rede pronta para ajudá-lo a prosperar. É como se ele estivesse prestes a embarcar em uma jornada épica, com todos os recursos necessários para o sucesso.
Mas, com o tempo, a verdade se revela. As obrigações deixam de ser atendidas, os e-mails e as mensagens de Whatsapp ficam sem respostas, e os problemas do dia a dia precisam ser resolvidos por conta própria. O treinamento prometido se resume a materiais genéricos, que pouco preparam para os desafios reais da operação. O marketing, que deveria impulsionar as vendas, se limita a campanhas institucionais distantes da realidade do franqueado. O suporte técnico, que deveria auxiliar na gestão, é inexistente ou realizado por pessoas que não entendem o negócio na prática.
Enquanto isso, as taxas continuam chegando: royalties, marketing, compras obrigatórias de fornecedores indicados — muitas vezes com preços abusivos e qualidade duvidosa. O franqueado se vê preso em uma armadilha, pagando por um sistema que cobra, mas não entrega. É como se ele estivesse gritando por ajuda, mas ninguém o escutasse.
O Cansaço da Luta Solitária
No início, o franqueado ainda tenta. Ele busca respostas em grupos de franqueados, entra em contato com a franqueadora, sugere melhorias. Mas, com o tempo, percebe que está sozinho. Ele vê unidades fechando ao seu redor, percebe que novos franqueados estão entrando no mesmo ciclo de falsas promessas e que, na prática, a franqueadora se preocupa mais em vender novas franquias do que em manter as existentes saudáveis.
O desânimo bate. O franqueado, que investiu suas economias e suas esperanças nesse negócio, começa a se perguntar: “Será que fiz a escolha certa?”. E a verdade dura, mas necessária, é que muitas vezes a resposta é não.
A Virada: Quando o Franqueado Decide Reagir
Assim como no filme, chega um momento em que o franqueado precisa tomar uma decisão: continuar a ser ignorado por quem não se importa ou tomar as rédeas do próprio destino. Alguns tentam se adaptar, criando suas próprias estratégias para sobreviver. Eles descobrem maneiras de atrair clientes sem a ajuda do marketing da franqueadora, treinam suas equipes por conta própria e renegociam fornecedores. Outros percebem que a melhor saída é buscar uma rescisão contratual e recuperar o que for possível do investimento.
Se você é um franqueado e se sente sozinho na operação, saiba que não está sozinho nessa realidade. Afinal, o “ainda estou aqui”, pode ser uma frase de luta, mas não deveria ser sinônimo de abandono. A diferença entre sucumbir e prosperar pode estar na sua capacidade de buscar alternativas e exigir aquilo que foi prometido.
A verdade é que uma franqueadora pode até ignorar, mas o mercado não perdoa. Uma rede que não cuida dos seus franqueados pode até crescer no curto prazo, mas, cedo ou tarde, a insatisfação se espalha, e a reputação da marca é afetada.
Nem Todo “Ainda Estou Aqui” é Um Grito de Vitória
Estar presente não significa estar bem. Muitos franqueados seguem operando, mas sem lucro, sem motivação e sem perspectiva. Eles ainda estão aqui, mas à custa de muito sacrifício e pouca recompensa.
Se você é um franqueado nessa situação, a pergunta que precisa se fazer é: “Quero continuar tentando ser ouvido ou chegou a hora de buscar um novo caminho?”. O filme Ainda Estou Aqui termina com uma reflexão sobre pertencimento e propósito. No franchising, a jornada do franqueado também precisa de um final digno — seja com uma franqueadora que finalmente cumpra seu papel, seja com a decisão corajosa de buscar novas oportunidades.
UM ALERTA ÀS FRANQUEADORAS: O Futuro do Franchising Depende de Vocês (de Nós)
Enquanto este artigo expõe a realidade difícil de muitos franqueados, ele também serve como um alerta urgente para as franqueadoras. O modelo de franchising só funciona quando há uma relação de confiança e apoio mútuo entre franqueadora e franqueado. Ignorar essa responsabilidade não só prejudica os franqueados, mas também coloca em risco a sustentabilidade e a reputação da marca e do franchising.
Para transformar a realidade de muitos franqueados, as franqueadoras precisam adotar práticas que garantam suporte real e eficaz. Um dos primeiros passos é oferecer treinamentos que realmente preparam os franqueados para os desafios diários do negócio. Isso significa criar programas de capacitação que se concentrem nas particularidades de cada unidade, considerando as nuances de cada local, de cada mercado e as dificuldades específicas que um franqueado pode enfrentar. O treinamento deve ser prático, não apenas teórico, e fornecer ferramentas concretas que ajudem o franqueado a resolver problemas reais e a crer
Além disso, é essencial que as franqueadoras criem campanhas de marketing que realmente atendam às necessidades do franqueado. As campanhas precisam ser voltadas para resultados concretos, com foco em gerar vendas para os franqueados, e não apenas em promover a marca de forma institucional. Isso pode ser feito por meio de estratégias que considerem o perfil e as demandas locais, ajudando cada unidade a conquistar seus próprios clientes e a fortalecer sua presença no mercado.
A transparência nas taxas e fornecedores também é uma questão fundamental. Muitas vezes, os franqueados se sentem sobrecarregados com taxas elevadas e com a obrigação de comprar de fornecedores indicados pela franqueadora, muitas vezes com preços elevados e qualidade duvidosa. Para que a relação entre franqueadora e franqueado seja saudável, é importante que as taxas sejam justas e que os fornecedores ofereçam produtos de qualidade com preços competitivos. Essa transparência cria um ambiente de confiança e colabora para a previsão do negócio, permitindo que o franqueado maximize seu retorno.
Outro ponto crucial é a criação de canais de comunicação eficientes. É fundamental que os franqueados tenham acesso fácil e rápido a canais onde possam expressar suas necessidades e desafios. Uma franqueadora deve estar disposta a ouvir e responder prontamente às demandas dos franqueados, criando uma rede de apoio que seja realmente eficaz. Isso não só melhora a relação de confiança, mas também permite que as franqueadoras ajam de forma preventiva, solucionando problemas antes que se tornem um pesadelo.
Além disso, uma franqueadora deve ter um foco claro na saúde da rede, o que significa priorizar o sucesso das unidades já existentes, em vez de colocar todo o foco na venda de novas franquias. A sustentabilidade de uma rede depende da saúde das unidades existentes. Se os franqueados não estiverem prosperando, a rede como um todo estará comprometido.
Por fim, o feedback constante é um dos pilares para a melhoria contínua. Criar mecanismos eficazes para coletar e analisar as opiniões dos franqueados é fundamental para ajustar o modelo de negócio. As franqueadoras que não estão dispostas a ouvir e a adaptar-se às necessidades dos franqueados correm o risco de perder a relevância e a confiança dentro da rede. Incorporar o feedback dos franqueados nos processos e nas decisões da franqueadora permite um aprimoramento contínuo do negócio, gerando um ciclo virtuoso de evolução e adaptação às mudanças do mercado.
Essas ações, quando integradas e bem realizadas, não só melhoram a relação com os franqueados, mas também garantem o sucesso e a longevidade da rede como um todo.
O franchising tem o potencial de ser um modelo incrivelmente benéfico para todos os envolvidos, mas isso só acontece quando as franqueadoras assumem seu papel de liderança com responsabilidade e compromisso.
A escolha é clara: continuar no caminho atual, arriscando a reputação e a sustentabilidade da marca, ou transformar-se em uma franqueadora que realmente apoia e valoriza seus franqueados.
Para os franqueados, a mensagem é de esperança e ação.
Para as franqueadoras, é um chamado à reflexão e à mudança.
Juntos, podemos construir um franchising, transparente e próspero para todos. E, no final, todos saem vencedores, com o seu próprio OSCAR®.
Por, Neander Souza
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